domingo, maio 07, 2006

Oculto

“A fotografia, acabando o barroco, libertou as artes plásticas da sua obsessão da semelhança. Porque a pintura, no fundo, se esforça em vão por nos fazer acreditar, sendo essa ilusão suficiente à arte, enquanto a fotografia e o cinema são descobertas que satisfazem, definitivamente e na sua essência, a obsessão do realismo (…). Liberto do complexo da semelhança, o pintor moderno – de que Picasso é hoje o mito – abandona-o ao povo, que o identifica doravante à fotografia, por um lado, e à pintura que se lhe aplica, por outro”. André BAZIN, “Ontologie de l’image photographique” (1945).